Duloxetina

Atenção

Este informativo tem finalidade exclusivamente didática. Ninguém deve iniciar, suspender, aumentar ou reduzir a dose desta medicação sem orientação médica.

Este informativo não substitui a leitura da bula do medicamento.

Nomes

Duloxetina é o nome do princípio ativo da medicação, utilizado na venda de medicamentos genéricos. Nomes comerciais de similares incluem: Deprasil® (Dr. Reddys), Cymbi® (SEM Sigma Pharma), Dual® (Ache), Abretia® (FQM) e Velija® (Libbs). A medicação de referência (“original”) é o Cymbalta® (Eli Lilly).

O que é?

Popularmente denominado “antidepressivo” apesar de possuir diversas outras indicações além de depressão. Trata-se de um agonista monoaminérgico do grupo dos inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina1.

Como funciona?

O resultado final de seu mecanismo de ação é o aumento da ação da serotonina e noradrenalina, dois neurotransmissores cuja baixa ação está relacionada ao desenvolvimento de diversos transtornos mentais2. Possui ainda um outro mecanismo de ação: aumento de dopamina em uma região do cérebro chamada córtex pré frontal2. A medicação também irá provocar aumento da síntese de fator neurotrófico derivado do cérebro, uma molécula importante para a manutenção e criação de novas sinapses e preservação dos neurônios2.

Quando é indicado?

Na bula da medicação consta indicação somente para depressão, transtorno de ansiedade generalizada, fibromialgia, dor neuropática periférica diabética, dor lombar crônica e dor crônica por osteoartrite em joelhos3.

Porém outras indicações que não constam na bula incluem: dor neuroática crônica, dor musculoesquelética crônica, incontinência urinária de estresse e outros transtornos de ansiedade4.

Quais sintomas serão tratados?

A melhora proporcionada pela medicação irá depender do seu diagnóstico.

Sintomas depressivos como tristeza excessiva, irritabilidade, falta de interesse por atividades antes prazerosas, falta de energia, falta de motivação, alterações de sono e apetite, desesperança, pensamentos de suicídio, dentre outros.

Sintomas de ansiedade como preocupações excessivas, irritabilidade, dificuldade de controlar as preocupações e relaxar, alterações do sono, irritabilidade, inquietação, tensão muscular, sintomas físicos provocados pela ansiedade (como taquicardia, tremor, aperto no peito).

Redução da frequência/intensidade de sintomas dolorosos.

Quanto tempo demora para agir?

A melhora clínica não é imediata, mas sim progressiva e cumulativa ao longo do tempo. É esperado que ocorra uma melhora significava após 4 semanas de uso no tratamento da depressão, ainda que a pessoa possa perceber resposta desde a primeira semana de uso, como mostra o gráfico abaixo5.

Como devo utilizar?

A dose desta medicação varia de 30 a 120mg ao dia4. Em situações especiais, pode-se utilizar doses menores ou maiores6.

Pode ser tomada em uma ou duas tomadas diárias, normalmente durante o dia4.

Pode ser ingerido com ou sem alimentos3.

Quais são os efeitos colaterais?

A maior parte dos efeitos colaterais surgem e desaparecem ao longo das duas primeiras semanas de uso da medicação6.

Os efeitos colaterais mais comuns (que ocorrem em mais de 10% dos pacientes) são boca seca, náusea e dor de cabeça3. Para a lista completa de efeitos adversos veja a bula da medicação.

Não se trata de medicação “tarja preta” e não provoca dependência química6.

Está associado a pequeno ganho de peso com uso prolongado (+1,63Kg após 2 anos de uso)7.

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Referências

  1. GHAEMI, S. N. Clinical Psychopharmacology: principles and practice. New York, NY: Oxford University Press, 2019.
  2. STAHL, S. M. Stahl’s Essential Psychopharmacology: Neurocientific Basis and Pratical Applications. 5th Edition. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2021. ­­
  3. https://pro.consultaremedios.com.br/bula/cymbalta
  4. STAHL, SM. Fundamentos de psicofarmacologia de Stahl: guia de prescrição.
    6ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2019.
  5. DETKE, M. J. et al. Duloxetine 60mg once daily dosing versus placebo in the acute treatment of major depression. J of Psychiatric Research, 2022.
  6. TAYLOR, DM; BARNES, TRE; YOUNG, AH. The Maudsley Prescribing Guidelines in Psychiatry. 14th Edition. New York,NY: Wiley Blackwell, 2021.
  7. GILL, H. et al. Antidepressant Medications and Weight Change: a Narrative Review. Obesity, 2020.