Ritalina/Concerta

Atenção

Este informativo tem finalidade exclusivamente didática. Ninguém deve iniciar, suspender, aumentar ou reduzir a dose desta medicação sem orientação médica.

Este informativo não substitui a leitura da bula do medicamento.

Nomes

Metilfenidato é o nome do princípio ativo da medicação e utilizado na venda de genéricos. As medicações de referência (“original”) tem os nomes comerciais Ritalina® (Novartis), Ritalina® LA (Novartis) e Concerta® (Janssen-Cilag). Similares produzidos por outros laboratórios incluem: Medato® (Momenta), Attenze® (Eurofarma) e Ragione (Teva).

O que é?

Popularmente denominado “psicoestimulante”1.

Como funciona?

Os principais resultados finais de seu mecanismo de ação são o aumento da ação da noradrenalina e da dopamina, neurotransmissores cuja ação está baixa em pessoas com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)1. A medicação também irá provocar aumento da síntese de fator neurotrófico derivado do cérebro, uma molécula importante para a manutenção e criação de novas sinapses e preservação dos neurônios1.

Quando é indicado?

Na bula da medicação constam indicação para TDAH e narcolepsia2.

Porém outras indicações que não constam na bula incluem: depressão resistente ao tratamento, déficit cognitivo3 e fadiga e pacientes oncológicos e em cuidados paliativos4.

Quais sintomas serão tratados?

A melhora proporcionada pela medicação irá depender do seu diagnóstico. É esperado que ocorra melhora da concentração, redução de hiperatividade, redução de impulsividade, melhora de fadiga física e mental, redução de sonolência diurna e de sintomas depressivos3.

Quanto tempo demora para agir?


Início de açãoTempo de ação
Mefilfenidato de liberação imediata (Ritalina®, Medato®, Attenze®)20-60min2-4 horas
Metilfenidato de liberação prolongada (Ritalina LA® )20-60min8 horas
Metilfenidato OROS (Concerta®, Ragione®)30-120min12 horas

Como devo utilizar?

A dose desta medicação pode ir até 2mg/Kg/dia em crianças e até 80mg/dia em adultos2.

O número de tomadas e horário de tomada é extremamente individualizado de acordo com o tipo de metilfenidato utilizado e pela demanda do paciente.

Pode ser ingerido com ou sem alimentos2.

É uma medicação que, dependendo de sua indicação, pode ser utilizada diariamente, somente nos dias úteis ou somente se necessário. Sendo assim, é fundamental conversar com seu médico qual a frequência de uso indicada no seu caso3.

Quais são os efeitos colaterais?

Os efeitos colaterais mais comuns são: redução do apetite (ocorrendo entre 2 a 26% dos pacientes), náusea (3-13%), boca seca (3-14%), dor de cabeça (2-22%), insônia (2-33%) e irritabilidade (2-11%)4. Diversos outros efeitos colaterais ocorrem com frequência menor2.

Engorda? Vicia? Deixa dopado?

Não provoca ganho de peso, podendo levar a perda de peso em parte dos pacientes4.

Trata-se de uma medicação “tarja preta”, que pode causar dependência química e psicológica. É fundamental utilizar o fármaco exclusivamente como orientado pelo seu médico para que não ocorra criação de vício.

A medicação não provoca sonolência, muito pelo contrário, possui clara ação em reduzir o sono, cansaço e fadiga3. Entretanto, alguns pacientes que abandonam a medicação o fazem por relatar se sentirem diferentes, fora de sua personalidade normal, sem vida ou se sentindo como se fossem um zumbi5. A presença de tais efeitos colaterais são um sinal de que a dose da medicação está muito alta e precisa ser reduzida.

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Referências

  1. STAHL, SM. Stahl’s Essential Psychopharmacology: Neuroscientific Basis and Practical Applications. 5th Edition. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2021. ­­
  2. https://portal.novartis.com.br/medicamentos/wp-content/uploads/2021/11/Bula-RITALINA-Capsula-Dura-de-Liberacao-Prolongada-Comprimido-Medico.pdf
  3. STAHL, SM. Fundamentos de psicofarmacologia de Stahl: guia de prescrição.
    6ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2019.
  4. https://www.uptodate.com/contents/methylphenidate-drug-information?search=metilfenidato&source=panel_search_result&selectedTitle=1~136&usage_type=panel&kp_tab=drug_general&display_rank=1#F195274
  5. BRINKMAN, WB et al.. Reasons Why Children and Adolescents with ADHD Stop and Restart Taking Medicine. Acad Pedriatr, 2018