Pregabalina

Atenção

Este informativo tem finalidade exclusivamente didática. Ninguém deve iniciar, suspender, aumentar ou reduzir a dose desta medicação sem orientação médica.

Este informativo não substitui a leitura da bula do medicamento.

Nomes

Pregabalina é o nome do princípio ativo da medicação, utilizado na venda de medicamentos genéricos e manipulados. Nomes comerciais de similares incluem: Dorene Tabs® (Ache), Insit® (Apsen), Limiar® (Eurofarma), Mobale® (Momenta), Prebictal® (Zodiac), Proleptol® (Sanofi Medley), Konduz® (EMS), Glya® (Cristália), Prefiss® (FQM), Preneurin® (Merck) e Ápice® (Supera). A medicação de referência (“original”) é Lyrica® (originalmente da Pfizer, atualmente o detentor do registro no Brasil é a Upjohn Brasil).

O que é?

Popularmente denominado “anticonvulsivante” apesar de possuir diversas outras indicações além de epilepsia. Trata-se de um medicamento que se liga a subunidade α2-δ de canais de cálcio voltagem dependentes1.

Como funciona?

O resultado final de seu mecanismo de ação é a redução da ativação de circuitos neuronais que estejam excessivamente ativos, como aqueles relacionados à dor crônica e à ansiedade1.

Quando é indicado?

Na bula da medicação constam indicação para dor neuropática, fibromialgia, transtorno de ansiedade generalizada e epilepsia2.

Porém outras indicações que não constam na bula incluem: transtorno do pânico3, fobia social3, síndrome das pernas inquietas4 e insônia comorbida a transtornos dolorosos5.

Quanto tempo demora para agir?

A melhora clínica não é imediata, mas sim progressiva e cumulativa ao longo do tempo. É esperado que ocorra uma melhora significava após 4 semanas de uso no tratamento da dor neuropática, ainda que a pessoa possa perceber resposta desde a primeira semana de uso, como mostra o gráfico abaixo6.

Como devo utilizar?

A dose desta medicação varia de 150 a 600mg ao dia2,3 dividida em 2 a 3 tomadas. Pode-se concentrar a maior parte da dose pela noite devido a sonolência induzida pela medicação2,.

Entretanto é comum o uso de doses menores ministradas uma vez ao dia, normalmente pela noite devido à ação sedativa da medicação.

Pode ser ingerido com ou sem alimentos2,3.

Quais são os efeitos colaterais?

Os efeitos colaterais mais comuns (que ocorrem em mais de 10% dos pacientes), são sonolência e tontura2. Segundo estudos citados na bula da medicação, 14% dos pacientes abandonam o uso da pregabalina por conta de efeitos colaterais, enquanto 5% dos pacientes abandonam o uso do placebo por conta de efeitos colaterais2.

Vários efeitos colaterais podem desaparecer ou reduzir com o tempo de uso. A maior parte dos efeitos colaterais é mais frequente e mais intensa em doses maiores3.

Não se trata de medicação “tarja preta” e não provoca dependência química3.

Pode aumentar o apetite e aumentar retenção de líquidos, estando associada a ganho de peso significativo entre 1 e 10% dos pacientes que fazem uso desta medicação2.

Potenciais vantagens

Considera uma medicação de primeira linha para o tratamento de fibromialgia e outros transtornos dolorosos3.

Trata-se de uma medicação que praticante não passa por metabolismo hepático e, por isso, possui menos interações medicamentosas 2, 3.

Pode ajudar no tratamento de insônia comórbida a transtornos dolorosos e transtorno de ansiedade generalizada5.

Não provoca dependência química3.

Talvez possua ação ansiolítica mais rápida do que antidepressivos3.

Potenciais desvantagens

Necessidade de divisão da dose em 2 a 3 vezes ao dia2, 3.

Necessidade de realização de “desmame” para suspender o uso da medicação7.

Recomenda-se evitar sua prescrição em dependentes de opioides7.

Provoca ganho de peso significativo entre 1 a 10% dos pacientes2.

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Referências

  1. STAHL, S. M. Stahl’s Essential Psychopharmacology: Neurocientific Basis and Pratical Applications. 5th Edition. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2021. ­­
  2. https://www.viatris.com/-/media/project/common/viatris/pdf/brazil/leaflets_legacy_myl_brazil/lyrica_bula_profissional.pdf
  3. STAHL, SM. Fundamentos de psicofarmacologia de Stahl: guia de prescrição.
    6ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2019.
  4. ALLEN, R. P. et al. Comparison of Prebabalin with Pramipexole for Restless Legs Syndrome. The New England Journal of Medicine, 2014.
  5. BACELAR, A.; PINTO JR, L.R. Insônia: do diagnóstico ao tratamento. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2019.
  6. FREYNHAGEN, R. et al. Efficacy of pregabalin in neuropathic pain evaluated in a 12-week, randomized, double-blind, multicentre, placebo-controlled trial of flexibe and fixed-dose regimens. Pain, 2005.
  7. TAYLOR, DM; BARNES, TRE; YOUNG, AH. The Maudsley Prescribing Guidelines in Psychiatry. 14th Edition. New York,NY: Wiley Blackwell, 2021.